Olá!
Eu sou Rebecca. Tudo bem?
Tenho mais de 20 anos e menos de 100... (risos) e poderia ser qualquer um de vocês.
Nasci em uma família de grandes dificuldades financeiras e no meio de cinco irmãos. Sempre estudei em escola pública. Fiz faculdade pública, especialização (nove) e mestrado público. Meu pai sempre teve esse orgulho: formou filhos.
Mas para mim, tudo foi muito difícil. Eu era inquieta, briguenta, birrenta. Vez ou outra ia parar na direção ou chamavam minha mãe. Apanhar? Qual dia não acontecia? Ter nota DEZ ou próximo a isso, não satisfazia. Eu brigava até com os meninos. "Matava" aula. Escolhia as aulas que eu queria assistir.
Fui "convidada" a sair de casa por não ser mais virgem, ainda na adolescência (um parente me acolheu). Logo depois, passei no vestibular e casei.
Então descobri que eu era HIPERATIVA. Isso justificava e explicava muita coisa. Mas à época, a compreensão e aceitação era mínima.
Passados alguns anos, me diagnosticaram com bipolaridade. Fugi do médico como o diabo foge da cruz. Jamais aceitaria esse diagnóstico.
Mais algum tempo passou-se, e o diagnóstico veio assombrar-me uma outra vez com outro médico.
Agora, já passaram-se cerca de 15 anos do primeiro diagnóstico. E outra vez, um médico me diz o mesmo, BIPOLARIDADE. Desta vez, eu não tinha como fugir. Eu não poderia estar certa e estes três médicos errados.
Discutimos algumas coisas e fui refletir. Fiz uma espécie de linha do tempo, onde eu registrei pontos importantes da minha vida e a forma como lidei com acontecimentos e minhas reações. Voltei ao médico e discutimos os registros, o tratamento e minha mudança de vida.
Nunca aceitei ser chamada de "bipolar". Não sou. Eu TENHO. Não nasci Rebecca. Eu me tornei Rebecca. EU TENHO bipolaridade. É uma condição à minha imposta.
Nunca aceitei ser chamada de "bipolar". Não sou. Eu TENHO. Não nasci Rebecca. Eu me tornei Rebecca. EU TENHO bipolaridade. É uma condição à minha imposta.
Uma coisa que não registrei nesse meu percurso, foi que atentei contra a minha vida em várias fases. E a primeira, eu tinha apenas 12 anos...
Então para iniciarmos o tratamento, vamos ao medicamento e a longa trajetória de acertos e erros nas dosagens, até conseguirmos equilibrar e estabilizar. Mas não é apenas isso. A terapia semanal precisa estar presente. A atividade física é mais que necessária. Sem ela, com apenas a medicação, não conseguimos. E o PRINCIPAL de todo esse conjunto: QUERER. Há dias que é super difícil levantar. TENTE. Você consegue. É apenas o PRIMEIRO passo.
Há pessoas que não nos querem ver bem e que não nos ajudarão. Isto acontece com QUALQUER pessoa. Inclusive quem não tem o nosso ADOECIMENTO.
Pense assim: DANE-SE! (embora eu prefira o FODA-SE!)
É libertador!! E como é...